Encontrava-se sob um lapso de lucidez, era muito mais fácil lidar com os pensamentos quando estava sob o efeito de um coquetel de sedativos. Lembrava-se de todos os rostos. Um a um, iam castigando-o, destruindo-lhe. Ele não gostava mas era um sofrimento necessário.
Tenho pena, o seu arrependimento tardou muito - dezenas de vidas para ser mais exato.
Ouvi um grito de dor ou de súplica.
-Não!
Apliquei outro coquetel. Aquilo parecia trazê-lo à realidade melhor que a iminência da sua sentença. Quanto mais longe de seu juízo, melhor ele assimilava a ideia da morte.
-Vai ser melhor assim.
Fiquei observando as suas últimas horas. Não haviam lágrimas, não havia desespero. Somente dor e arrependimento. Foi quando ele me pediu para que o deixasse sozinho para a sua última oração.
-Bom Deus, eu imploro por penitência, para que não morra por minhas mãos mais nenhum dos filhos teus.
Muito, muito bom. Haverá continuação para essa história? (:
ResponderExcluirNão, eu temo assassinar o objetivo do texto ao continuar essa história. :/
ResponderExcluir(:
ResponderExcluirTem selo para ti em meu blog.
http://entaosoupoesia.blogspot.com/p/selos.html
Beijo