sábado, 19 de dezembro de 2015

Tempotêmpera (resiliência)

Mais um dia minha querida. Há muito eu deixei de contar os dias. A algum tempo deixei de contar os meses. Hoje me dei conta de que já não consigo mensurar o tempo. Parece que foi a uma era. Ora, quanta acurácia possui a nossa vã percepção da realidade, afinal?
Perdoe-me se divago. Esta realidade já não me interessa tanto. O tempo marcha em ritmo irregular, ora quase imperceptível, ora assaz lento. As relações são revestidas de apatia. Eu sou revestido de material mais rígido, deveras resistente. Talvez deva-se a isso a minha difícil convivência nesta sociedade.
Também tenho me deixado esvaziar. Desde que você se foi esse sentimento tem drenado continuamente as minhas inspirações,  os meus objetivos.
Degenerado sentimento que me roubou a persistência e a perseverança. Não os quero mais, não me são necessários.
Aqui jaz minha tristeza. Todo momento passado dentro desta angústia foi de autoconhecimento e o autoconhecimento tem me trazido até dias menos abrasivos. Não viverei à mercê do tempo nem à deriva em doutrinas. Minha vida agora me pertence.

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